Charlie Chaplin
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Charlie Chaplin
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Charlie Chaplin
Charlie Chaplin caracterizado como O Vagabundo.
Nome completo Charles Spencer Chaplin
Outros nomes Charles Chaplin
Nascimento 16 de Abril de 1889
Londres, Inglaterra
Reino Unido
Morte 25 de dezembro de 1977 (88 anos)
Corsier-sur-Vevey,[1] Suíça
Ocupação Ator, director, produtor, roteirista, compositor e mímico
Cônjuge Mildred Harris (1918-1920)
Lita Grey (1924-1928)
Paulette Goddard (1936-1942)
Oona O'Neill (1943-1977)
Atividade 1895-1976[2]
Página oficial
IMDb: (inglês) (português)
Sir Charles Spencer Chaplin, KBE, mais conhecido como Charlie Chaplin (Londres, 16 de abril de 1889 — Corsier-sur-Vevey[1], 25 de dezembro de 1977), foi um ator, diretor, produtor, comediante, dançarino, roteirista e músico britânico. Chaplin foi um dos atores mais famosos da era do cinema mudo, notabilizado pelo uso de mímica e da comédia pastelão.
Charlie Chaplin atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou seus próprios filmes, sendo fortemente influenciado por um antecessor, o comediante francês Max Linder, a quem ele dedicou um de seus filmes. Sua carreira no ramo do entretenimento durou mais de 75 anos, desde suas primeiras atuações quando ainda era criança nos teatros do Reino Unido durante a Era Vitoriana quase até sua morte aos 88 anos de idade. Sua vida pública e privada abrangia adulação e controvérsia. Juntamente com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith, Chaplin co-fundou a United Artists em 1919.
Seu principal e mais famoso personagem foi The Tramp, conhecido como Charlot na França e no mundo francófono, na Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Romênia e Turquia, e como Carlitos ou também "O Vagabundo" no Brasil. Consiste em um andarilho pobretão que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro (gentleman), usando um fraque preto esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um chapéu-coco ou cartola, uma bengala de bambu e - sua marca pessoal - um pequeno bigode-de-broxa.
Foi também um talentoso jogador de xadrez e chegou a enfrentar o campeão estadunidense Samuel Reshevsky.
Em 2008, em uma resenha do livro Chaplin: A Life, Martin Sieff escreve: "Chaplin não foi apenas 'grande', ele foi gigantesco. Em 1915, ele estourou um mundo dilacerado pela guerra trazendo o dom da comédia, risos e alívio enquanto ele próprio estava se dividindo ao meio pela Primeira Guerra Mundial. Durante os próximos 25 anos, através da Grande Depressão e da ascensão de Hitler, ele permaneceu no emprego. Ele foi maior do que qualquer um. É duvidoso que algum outro indivíduo tenha dado mais entretenimento, prazer e alívio para tantos seres humanos quando eles mais precisavam."[3]
Por sua inigualável contribuição ao desenvolvimento da sétima arte, Chaplin é o mais homenageado cineasta de todos os tempos, sendo ainda em vida condecorado pelos governos britânico (Cavaleiro do Império Britânico) e francês (Légion d 'Honneur), pela Universidade de Oxford (Doutor Honoris Causa) e pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (Oscar especial pelo conjunto da obra, em 1972).
Infância e juventude
Chaplin na década de 1910.
Charles Spencer Chaplin, que era canhoto,[4] nasceu no dia 16 de abril de 1889, na East Street, Walworth, Londres, Inglaterra. Seus pais eram artistas de music-hall; seu pai, Charles Spencer Chaplin Sr., era vocalista e ator, e sua mãe, Hannah Chaplin, era cantora e atriz. Chaplin aprendeu a cantar com seus pais, os quais se separaram antes dele completar três anos de idade. Após a separação, Chaplin foi deixado aos cuidados de sua mãe, que estava cada vez mais instável emocionalmente. O censo de 1891 mostra que sua mãe morava com Charlie e seu meio-irmão mais velho Sydney na Barlow Street, Walworth.
Um problema de laringe acabou com a carreira de cantora da mãe de Chaplin. A primeira crise de Hannah ocorreu em 1894 quando ela estava cantando no "The Canteen", um teatro em Aldershot, geralmente frequentado por manifestantes e soldados. Além de ser vaiada, Hannah foi gravemente ferida pelos objetos atirados pela platéia. Nos bastidores, ela chorava e argumentava com o seu gerente. Enquanto isso, com apenas cinco anos de idade, o pequeno Chaplin subiu sozinho ao palco e cantou uma música popular da época, "Jack Jones".
O pai de Chaplin, Charles Chaplin Sr., era alcoólatra e tinha pouco contato com seu filho, apesar de Chaplin e seu meio-irmão morarem durante um curto período de tempo com seu pai e sua amante, Louise, na 287 Kennington Road, onde atualmente há uma placa em homenagem ao fato. Os meio-irmãos viviam ali, enquanto sua mãe, mentalmente doente, residia no Asilo Cane Hill em Coulsdon. A amante do pai de Chaplin enviou o menino para a Archbishop Temples Boys School. Seu pai morreu de cirrose no fígado quando Chaplin tinha doze anos, em 1901.[5] De acordo com o censo de 1901, Chaplin residia na 94 Ferndale Road, Lambeth.
Após a mãe de Chaplin ter sido novamente admitida no Asilo Cane Hill, seu filho foi deixado em uma casa de trabalho em Lambeth, no sul de Londres, mudando-se após várias semanas para o Central London District School, uma escola para pobres em Hanwell. Os jovens irmãos Chaplin começaram um íntimo relacionamento, a fim de sobreviverem. Ainda jovens, foram atraídos para o music hall, e ambos provaram ter grande talento. A mãe de Chaplin morreu em 1928, em Hollywood, sete anos após ter sido levada para os Estados Unidos por seus filhos.
América
Charlie Chaplin e Paulette Goddard.
Making a Living (1914), o primeiro filme de Chaplin.
A primeira turnê de Chaplin aos Estados Unidos com o trupe de Fred Karno ocorreu durante 1910 até 1912. Após cinco meses de volta na Inglaterra, ele retorna aos EUA em uma segunda turnê com o trupe de Karno, chegando novamente na América em 2 de outubro de 1912. Na Companhia de Karno estava Arthur Stanley Jefferson, que posteriormente ficaria conhecido como Stan Laurel. Chaplin e Laurel dividiam um quarto em uma pensão. Stan Laurel retornou à Inglaterra, mas Chaplin manteve-se nos Estados Unidos. No final de 1913, a atuação de Chaplin foi eventualmente vista por Mack Sennett, Mabel Normand, Minta Durfee e Fatty Arbuckle. Sennett o contratou para seu estúdio, a Keystone Film Company, pois precisavam de um substituto para Ford Sterling.[6] Inicialmente, Chaplin teve grande dificuldade em se adaptar ao estilo de atuação cinematográfica da Keystone. Após a estréia de Chaplin no cinema, no filme Making a Living, Sennett sentiu que cometera um grande erro.[7] Muitos alegam que foi Normand quem o convenceu a dar a Chaplin uma segunda chance.[8]
Chaplin começou a trabalhar junto com Normand, que dirigiu e escreveu vários de seus primeiros filmes.[9] Chaplin não gostou de ser dirigido por uma mulher, e os dois discutiam frequentemente.[9] Ele acreditava que Sennett pretendia demití-lo caso houvesse um desentendimento com Normand.[9] No entanto, os filmes de Chaplin fizeram tanto sucesso que ele se tornou uma das maiores estrelas da Keystone.[9][10]
Artista pioneiro de cinema
Kid Auto Races at Venice (1914), o segundo filme de Chaplin e a primeira aparição d'O Vagabundo.
Foi no estúdio Keystone onde Chaplin desenvolveu seu principal e mais conhecido personagem: O Vagabundo (conhecido como Charlot na França e no mundo francófono, na Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Romênia e Turquia, Carlitos no Brasil e na Argentina, e Der Vagabund na Alemanha). O Vagabundo é um andarilho pobretão que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro; aparece sempre vestindo um paletó apertado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, e um chapéu-coco; carrega uma bengala de bambu; e possui um pequeno bigode-de-broxa. O público viu o personagem pela primeira vez no segundo filme de Chaplin, Kid Auto Races at Venice, lançado em 7 de fevereiro de 1914. No entanto, ele já havia criado o visual do personagem para o filme Mabel's Strange Predicament, produzido alguns dias antes, porém lançado mais tarde, em 9 de fevereiro de 1914.
Os primeiros filmes de Chaplin no estúdio Keystone usavam a fórmula padrão de Mack Sennett, que consistia em extrema comédia pastelão e gestos exagerados. A pantomima de Chaplin foi mais sutil, sendo mais adequada para comédias românticas e farsas domésticas. As piadas visuais, no entanto, seguiam exatamente o padrão de comédia da Keystone; Em seus filmes, O Vagabundo atacava agressivamente seus inimigos com chutes e tijolos. O público da época amou este novo comediante, apesar dos críticos alertarem que as travessuras do personagem beiravam a vulgaridade. Logo depois, Chaplin se ofereceu para dirigir e editar seus próprios filmes. Durante seu primeiro ano no ramo do cinema, ele fez 34 curta-metragens para Sennett, assim como o longa-metragem Tillie's Punctured Romance.
Chaplin em 1920.
Em 1915, Chaplin assinou um contrato muito mais favorável com a Essanay Studios, e desenvolveu suas habilidades cinematográficas, adicionando novos níveis de sentimentalismo e pathos em seus filmes. A maioria dos filmes produzidos na Essanay foram mais ambiciosos, com uma duração duas vezes maior do que os curtas da Keystone. Chaplin também desenvolveu o seu próprio elenco estático, no qual estava incluído a heroína Edna Purviance e os vilões cômicos Leo White e Bud Jamison.
Visto que grupos de imigrantes chegavam constantemente na América, os filmes mudos foram capazes de atravessar todas as barreiras de linguagem, sendo compreendidos por todos os níveis da Torre de Babel americana, simplesmente devido ao fato de serem mudos. Nesse contexto, Chaplin foi emergindo e tornando-se o exponente máximo do cinema mudo.
Em 1916, a Mutual Film Corporation pagou a Chaplin US$670.000,00 para produzir uma dúzia de comédias com duração de duas bobinas. Foi dado a ele controle artístico quase total, produzindo doze filmes durante um período de dezoito meses, notando que estes estão entre os filmes de comédia mais influentes da história do cinema. Praticamente todos os filmes de Chaplin produzidos na Mutual são clássicos: Easy Street, One A.M., The Pawnshop e The Adventurer são provavelmente os mais conhecidos. Edna Purviance continuou sendo a protagonista, e Chaplin adicionou Eric Campbell, Henry Bergman e Albert Austin ao seu elenco estático; Campbell, um veterano nas óperas de Gilbert e Sullivan, interpretou vilões soberbos, e os atores coadjuvantes Bergman e Austin permaneceram no elenco de Chaplin durante décadas. Chaplin considera o período em que esteve na Mutual como o mais feliz de sua carreira. Após a entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, Chaplin tornou-se um garoto-propaganda para a venda de "bônus da liberdade" junto com Mary Pickford e seu grande amigo Douglas Fairbanks.[10]
Controle criativo
Charlie Chaplin Studios, 1922.
Com o fim do contrato com a Mutual em 1917, Chaplin assinou um contrato com a First National para produzir oito filmes com duração de duas bobinas. Além de ter financiado e distribuído estes filmes, a First National deu-lhe total controle criativo sobre a produção, para que ele pudesse trabalhar em um ritmo mais relaxado e se concentrar na qualidade. Chaplin construiu seu próprio estúdio em Hollywood, o qual simbolizava a sua independência. Embora a First National esperava receber comédias de curta-metragem, Chaplin foi mais ambicioso e expandiu alguns de seus projetos em longa-metragens, como Shoulder Arms (1918), The Pilgrim (1923) e o clássico The Kid (1921).
Em 1919, Chaplin co-fundou a distribuidora United Artists junto com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith, todos eles tentando escapar da crescente consolidação do poder dos distribuidores e financiadores de filmes durante o desenvolvimento de Hollywood. Este movimento, junto com o controle total da produção de seus filmes no seu próprio estúdio, assegurou a independência de Chaplin como um cineasta. Ele trabalhou na administração da UA, até o início da década de 1950. Todos os filmes de Chaplin distribuídos pela United Artists foram de longa-metragem, começando com o drama atípico A Woman of Paris (1923), em que Chaplin fez uma pequena ponta. A Woman of Paris foi seguido pelas clássicas comédias The Gold Rush (1925) e O Circo (1928).
Apesar dos filmes "falados" tornarem-se o modelo dominante logo após serem introduzidos em 1927, Chaplin resistiu a fazer um filme assim durante toda a década de 1930. Ele considerava o cinema uma arte essencialmente pantomímica.
Ele disse:
"A ação é geralmente mais entendida do que palavras. Assim como o simbolismo chinês, isto vai significar coisas diferentes de acordo com a sua conotação cênica. Ouça uma descrição de algum objeto estranho — um javali-africano, por exemplo; depois olhe para uma foto do animal e veja como você fica surpreso".[11]
Chaplin interpretando Adenoid Hynkel em O Grande Ditador (1940), numa cena em que satiriza o estilo de oratória de Adolf Hitler.
Durante o avanço dos filmes sonoros, Chaplin produziu Luzes da Cidade (1931) e Tempos Modernos antes de se converter ao cinema "falado". Esses filmes foram essencialmente mudos, porém possuiam música sincronizada e efeitos sonoros. Indiscutivelmente, Luzes da Cidade contém o mais perfeito equilíbrio entre comédia e sentimentalismo. Em relação à última cena, o crítico James Agee escreveu na revista Life em 1949 que foi a "melhor atuação já registrada em celulóide". Apesar de Tempos Modernos ser um filme mudo, ele contém falas — geralmente provenientes de objetos inanimados, como rádios ou monitores de TV. Isto foi feito para ajudar o público da década de 1930, que já estava fora do hábito de assistir a filmes mudos. Além disso, Tempos Modernos foi o primeiro filme em que a voz de Chaplin é ouvida (no final do filme, a canção "Smile", composta e cantada pelo próprio Chaplin num dueto com Paulette Goddard). No entanto, para a maioria dos espectadores, este ainda é considerado um filme mudo — e o fim de uma era.
O primeiro filme falado de Chaplin, O Grande Ditador (1940), foi um ato de rebeldia contra o ditador alemão Adolf Hitler e o nazismo, e foi lançado nos Estados Unidos um ano antes do país abandonar sua política de neutralidade e entrar na Segunda Guerra Mundial. Chaplin interpretou o papel de Adenoid Hynkel, ditador da "Tomânia", claramente baseado em Hitler e, atuando em um papel duplo, também interpretou um barbeiro judeu perseguido frequentemente por nazistas, o qual é fisicamente semelhante a'O Vagabundo. O filme também contou com a participação do comediante Jack Oakie no papel de Benzino Napaloni, ditador da "Bactéria", uma sátira do ditador italiano Benito Mussolini e do fascismo; e de Paulette Goddard, no papel de uma mulher no gueto. O filme foi visto como um ato de coragem no ambiente político da época, tanto pela sua ridicularização do nazismo quanto pela representação de personagens judeus ostensivos e de sua perseguição. Adicionalmente, O Grande Ditador foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator (Chaplin), Melhor Ator Coadjuvante (Oakie), Melhor Trilha Sonora (Meredith Willson) e Melhor Roteiro Original (Chaplin).
Técnicas de filmagem
Chaplin nunca explicou detalhadamente seus métodos de filmagem, alegando que tal coisa seria o mesmo que um mágico revelar seus truques. Na verdade, antes dele produzir filmes falados, começando com O Grande Ditador em 1940, Chaplin nunca começou a filmar a partir de um roteiro completo. O método que ele desenvolveu, visto que seu contrato com o Essanay Studios deu-lhe a liberdade de roteirizar e dirigir seus filmes, foi a partir de uma vaga premissa - por exemplo, "Carlitos entra em um spa" ou "Carlitos trabalha em uma loja de penhores". Chaplin tinha cenários já construídos e trabalhava com seu elenco estático para improvisar piadas em torno das premissas, quase sempre pondo as idéias em prática na hora das filmagens. Enquanto algumas idéias eram aceitas e outras rejeitadas, uma estrutura narrativa começava a emergir, muitas vezes exigindo que Chaplin refilmasse uma cena já concluída que poderia ir contra o enredo.[12]
Esta é uma razão pela qual Chaplin levou muito mais tempo para concluir seus filmes do que seus rivais. Além disso, Chaplin era um diretor extremamente exigente, mostrando a seus atores exatamente como eles deveriam atuar e filmando dezenas de tomadas até conseguir a cena que ele queria. O animador Chuck Jones, que morava perto do estúdio de Chaplin quando era garoto, lembra de seu pai dizendo que viu Chaplin filmar uma cena mais de cem vezes até ficar satisfeito.[13] Esta combinação de improvisação do enredo e perfeccionismo—que resultou em vários dias de esforço e milhares de metros de filme desperdiçados, tudo a um enorme custo—quase sempre revelou-se muito oneroso para Chaplin, que muitas vezes descarregava sua raiva e frustração em seus atores e sua equipe, mantendo-os esperando parados durante horas ou, em casos extremos, cancelando completamente a produção.[12] As técnicas de Chaplin foram descobertas somente após sua morte, quando as raras tomadas de pré-produção e cenas cortadas de seus filmes foram cuidadosamente analisadas no documentário britânico Unknown Chaplin, de 1983.
Era McCarthy
O posicionamento político de Chaplin sempre foi esquerdista. Durante a era de macarthismo, Chaplin foi acusado de "atividades anti-americanas" como um suposto comunista, e J. Edgar Hoover, que instruíra o FBI a manter extensos arquivos secretos sobre ele, tentou acabar com sua residência nos EUA. A pressão do FBI sobre Chaplin cresceu após sua campanha para uma segunda frente europeia na Segunda Guerra Mundial em 1942, e alcançou um nível crítico no final da década de 1940, quando ele lançou o filme de humor negro Monsieur Verdoux (1947), considerado uma crítica ao capitalismo. O filme foi mal recebido e boicotado em várias cidades dos EUA, obtendo, no entanto, um êxito maior na Europa, especialmente na França. Naquela época, o Congresso ameaçou chamá-lo para um interrogatório público. Isso nunca foi feito, provavelmente devido à possibilidade de Chaplin satirizar os investigadores.[14] Por seu posicionamento político, Chaplin foi incluído na Lista Negra de Hollywood.
Em 1952, Chaplin deixou os EUA para o que orginalmente pretendia ser uma breve viagem ao Reino Unido para a estréia do filme Luzes da Ribalta em Londres. Hoover soube da viagem e negociou com o Serviço de Imigração para revogar o visto de Chaplin, exilando-o do país. Chaplin decidiu não voltar a entrar nos Estados Unidos, escrevendo:
"(...) Desde o fim da última guerra mundial, eu tenho sido alvo de mentiras e propagandas por poderosos grupos reacionários que, por sua influência e com a ajuda da imprensa marrom, criaram um ambiente doentio no qual indivíduos de mente liberal possam ser apontados e perseguidos. Nestas condições, acho que é praticamente impossível continuar meu trabalho do ramo do cinema e, portanto, me desfiz de minha residência nos Estados Unidos".[15]
Chaplin decidiu então permanecer na Europa, escolhendo morar em Vevey, Suíça.
Últimos trabalhos
Chaplin em 1965.
Os últimos dois filmes de Chaplin foram produzidos em Londres: A King in New York (1957) no qual ele atuou, escreveu, dirigiu e produziu; e A Countess from Hong Kong (1967), que ele dirigiu, produziu e escreveu. O último filme foi estrelado por Sophia Loren e Marlon Brando, e Chaplin fez uma pequena ponta no papel de mordomo, sendo esta a sua última aparição nas telas. Ele também compôs a trilha sonora de ambos os filmes, assim como a canção-tema de A Countess from Hong Kong, "This is My Song", cantada por Petula Clark, chegando a ser a canção mais popular do Reino Unido na época do lançamento do filme. Chaplin também produziu The Chaplin Revue, uma compilação de três filmes feitos durante seu período de parceria com a First National: A Dog's Life (1918), Shoulder Arms (1918) e The Pilgrim (1923), para os quais ele compôs a trilha sonora e gravou uma narração introdutória. Adicionalmente, Chaplin escreveu sua autobiografia entre 1959 e 1963, intitulada Minha Vida, sendo publicada em 1964.
Chaplin planejara um filme intitulado The Freak, que seria estrelado por sua filha, Victoria, no papel de um anjo. Segundo Chaplin, ele havia concluído o roteiro em 1969 e foram feitos alguns ensaios de pré-produção, mas foram interrompidos quando Victoria se casou. Além disso, sua saúde declinou constantemente na década de 1970, prejudicando todas as esperanças do filme ser produzido.
De 1969 até 1976, juntamente com James Eric, Chaplin compôs músicas originais para seus filmes mudos e depois os relançou. Compôs a música de seus outros curta-metragens da First National: The Idle Class em 1971, Pay Day em 1972, A Day's Pleasure em 1973, Sunnyside em 1974, e dos longa-metragens The Circus em 1969 e The Kid em 1971. O último trabalho de Chaplin foi a trilha sonora para o filme A Woman of Paris (1923), concluída em 1976, época em que Chaplin estava extremamente frágil, encontrando até mesmo dificuldades de comunicação.
Oscars
Chaplin e Jackie Coogan em The Kid (1921).
Prêmios competitivos
Em 1972, Chaplin ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora pelo filme Luzes da Ribalta, de 1952, que também foi um grande sucesso. O filme foi co-estrelado por Claire Bloom e também conta com a participação de Buster Keaton, sendo esta a única vez em que os dois grandes comediantes apareceram juntos. Devido as perseguições políticas contra Chaplin, o filme não chegou a ser exibido durante uma única semana em Los Angeles quando foi originalmente lançado. Este critério de nomeação era desconsiderado até 1972.Chaplin também foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor Ator em O Grande Ditador em 1940, e novamente por Melhor Roteiro Original em Monsieur Verdoux em 1948. Durante seus anos ativos como cineasta, Chaplin expressava desprezo pelos Oscars; seu filho descreve que ele provocou a ira da Academia ao deixar seu Oscar de 1929 ao lado da porta, para não deixá-la bater. Isto talvez explique porque Luzes da Cidade e Tempos Modernos, considerados por várias enquetes como dois dos melhores filmes de todos os tempos,[16][17] nunca foram indicados a um único Oscar.
Prêmios honorários
Na 1ª Entrega dos Prêmios da Academia em 16 de maio de 1929, os procedimentos de votação da auditoria ainda não tinham sido postos em prática, e as categorias eram ainda muito fluidas. Chaplin havia sido originalmente indicado ao Oscar de Melhor Ator e de Melhor Diretor de um Filme de Comédia pelo seu filme O Circo, mas seu nome foi retirado quando a Academia decidiu dar-lhe um prêmio especial "pela versatilidade e genialidade em atuar, escrever, dirigir e produzir O Circo". O outro filme que recebeu um prêmio especial naquele ano foi The Jazz Singer.O segundo Oscar Honorário de Chaplin veio quarenta e quatro anos mais tarde, em 1972, e foi pelo "efeito incalculável que ele teve em tornar os filmes a forma de arte deste século". Ele saiu de seu exílio para receber esse prêmio, e recebeu a mais longa ovação em pé da história do Oscar, com uma duração total de dez minutos. Chaplin também aproveitou seu breve e triunfante retorno aos Estados Unidos para discutir como seus filmes seriam relançados e comercializados.
Relacionamentos amorosos e casamentos
Em 23 de outubro de 1918, Chaplin casou-se aos 28 anos de idade com Mildred Harris, que tinha então 16 anos. Tiveram um filho nascido deformado, que morreu três dias após o nascimento. Divorciaram-se em 1920 por conta de tudo que sofreram pelo filho.
Mais tarde, Chaplin namorou por anos Peggy Hopkins Joyce. O relacionamento que teve com Joyce inspirou Chaplin a fazer o filme Uma mulher de Paris.[18]
Aos 35 e sozinho, apaixonou-se por Lita Grey, que tinha apenas 16 anos, durante as preparações de The Gold Rush. Mesmo ela sendo muito jovem, casaram-se em 26 de Novembro de 1924, no México, quando ela ficou grávida. Tiveram dois filhos, Charles Chaplin Júnior e Sydney. Divorciaram-se em 1926, por causa de brigas. Nessa época a fortuna de Chaplin chegou a incríveis US$ 825 000.
Passado os anos, Chaplin casou-se secretamente aos 47 anos com Paulette Goddard, de 25 anos, em Junho de 1936. Depois de alguns anos felizes, este casamento também terminou em divórcio, em 1942, devido a problemas conjugais.
Após a separação, Chaplin namorou Joan Barry, atriz de 22 anos. Esta relação durou anos e terminou quando Barry começou a perturbá-lo, pois ele não a quis mais e ela constantemente perseguia-o com ciúmes. Em Maio de 1943, ela informou a Chaplin que estava grávida e exigiu que ele assumisse a paternidade. Ele tinha certeza que não era o pai, pois ela teve outros homens durante a separação. Então, exames comprovaram que Chaplin não era o pai, porém na época, os exames não eram muito válidos e a lei exigia que, por ele ter sido o último parceiro com quem ela apareceu em público, a lei entendia que mesmo ele não sendo o pai biológico, ele teria que assumir a criança, mesmo sem ser no cartório, e ele foi obrigado a custear as despesas da criança e ele se viu forçado a pagar US$ 75 por semana até que o filho de sua ex fizesse 21 anos.[19]
Tempos depois, conheceu Oona O'Neill, filha do dramaturgo Eugene O'Neill. Se apaixonaram rapidamente e casaram-se em 16 de Junho de 1943. Ele tinha 54 anos enquanto ela somente 17, mas a enorme diferença de idade não diferenciou em nada. Este casamento foi longo e feliz. Oona, mesmo sendo ainda muito jovem, deu oito filhos a Charlie, o que o deixou em completa felicidade. O amor era tão grande que Charlie ficou com ela até sua morte, e Oona cuidou dele no fim de sua vida.
Filhos
Nome Nascimento Morte Mãe
Norman Spencer Chaplin 7 de julho de 1919 10 de julho de 1919 Mildred Harris
Charles Spencer Chaplin Jr. 5 de maio de 1925 20 de março de 1968 Lita Grey
Sydney Earle Chaplin 31 de março de 1926 3 de março de 2009
Geraldine Leigh Chaplin 1° de agosto de 1944 Oona O'Neill
Michael John Chaplin 7 de março de 1946
Josephine Hannah Chaplin 28 de março de 1949
Victoria Chaplin 19 de maio de 1951
Eugene Anthony Chaplin 23 de agosto de 1953
Jane Cecil Chaplin 23 de maio de 1957
Annette Emily Chaplin 3 de dezembro de 1959
Christopher James Chaplin 6 de julho de 1962
Cavalaria
Chaplin foi incluído na Lista de Honras do Ano Novo em 1975.[20] No dia 4 de março, com oitenta e cinco anos de idade, foi nomeado Cavaleiro Comandante do Império Britânico (KBE) pela Rainha Elizabeth II. A honra foi proposta originalmente em 1931, mas não foi realizada devido à controvérsia de Chaplin não ter servido na Primeira Guerra Mundial. O título de cavaleiro foi proposto novamente em 1956, mas foi vetado pelo então governo conservador com receio de prejudicar sua relação com os Estados Unidos no auge da Guerra Fria e na invasão de Suez planejada para aquele ano.
Morte
Túmulos de Chaplin (à direita) e Oona O'Neill no Cemitério de Coursier-Sur-Vevey, em Vaud, Suíça.
A saúde de Chaplin começou a declinar lentamente no final da década de 1960, após a conclusão do filme A Countess from Hong Kong, e mais rapidamente após receber seu Oscar Honorário em 1972. Por volta de 1977, já tinha dificuldade para falar, e começou a usar uma cadeira de rodas. Chaplin morreu dormindo aos 88 anos de idade em consequência de um derrame cerebral, no Dia de Natal de 1977 em Corsier-sur-Vevey, Vaud, Suíça,[21] e foi enterrado no cemitério comunal.
No dia 1 de março de 1978, seu cadáver foi roubado da sepultura por um pequeno grupo de mecânicos suíços, na tentativa de extorquir dinheiro de sua família.[22] O plano falhou, os ladrões foram capturados e condenados, o corpo foi recuperado onze semanas depois, perto do Lago Léman, e novamente enterrado em Corsier-sur-Vevey, mas desta vez a família mandou fazer um tampão de concreto de 6 pés (1,80 metro) de espessura protegendo o caixão do cineasta, para evitar novos problemas. No mesmo cemitério, há uma estátua de Chaplin em sua homenagem.
Em 1991, Oona O'Neill, sua quarta e última esposa, faleceu e foi sepultada ao lado do cineasta.
Outras controvérsias
Durante a Primeira Guerra Mundial, Chaplin foi criticado pela imprensa britânica por não ter se alistado ao Exército. Na verdade, ele se apresentou ao serviço militar, mas foi recusado por estar abaixo da altura e peso exigidos para alistamento. Chaplin levantou fundos substanciais durante a época de venda de bônus de guerra, não só discursando publicamente em comícios, mas também ao produzir, com seu próprio orçamento, The Bond, um filme-propaganda de comédia usado em 1918. A persistente controvérsia provavelmente impediu Chaplin de receber o título de cavaleiro em 1930.
Durante toda a carreira de Chaplin, alguns níveis de controvérsia existiram a respeito de sua suposta ascendência judaica. Propagandas nazistas das décadas de 1930 e 40 o retratavam como judeu (chamado-o de "Karl Tonstein[23]" ou "Israel Thonstein[24]"), com base em artigos publicados pela imprensa dos EUA,[25] e as investigações do FBI no final da década de 1940 também se concentraram nas origens étnicas de Chaplin. Não há documentos que comprovam a ascendência judaica de Chaplin. Durante sua vida pública, ele recusou-se ferozmente em contestar ou negar as afirmações de que ele era judeu, dizendo que sempre iria "jogar diretamente nas mãos dos anti-semitas."[26] Embora tenha sido batizado na Igreja da Inglaterra, Chaplin creditava-se como sendo agnóstico durante a maior parte de sua vida.[27]
O fato de Chaplin sentir atração por mulheres mais jovens continua a ser outra fonte de interesse para alguns. Seus biógrafos atribuem isto a uma paixão adolescente com Hetty Kelly, que conhecera no Reino Unido durante suas apresentações no music hall, e que possivelmente definiu o seu ideal feminino. Chaplin gostava de descobrir jovens atrizes e orientá-las de perto; com exceção de Mildred Harris, todos os seus casamentos e a maioria dos seus principais relacionamentos amorosos começaram desta maneira.
Comparação com outros comediantes da época
Desde a década de 1960, os filmes de Chaplin têm sido comparados com os de Buster Keaton e Harold Lloyd, os outros dois grandes comediantes do cinema mudo. Os três tinham estilos diferentes: Chaplin tinha uma forte afinidade com sentimentalismo e pathos; Lloyd era conhecido pelo seu "personagem comum" e seu otimismo típico da década de 1920; e Keaton sempre demonstrava estoicismo com um tom cínico. Historicamente, Chaplin foi pioneiro na comédia cinematográfica, e ambos os jovens Keaton e Lloyd inspiraram-se em seu trabalho. Na verdade, os primeiros personagens de Lloyd, "Willie Work" e "Lonesome Luke", eram óbvias imitações de Chaplin, algo que Lloyd reconhecia e se esforçou para afastar-se. O período de experimentação de Chaplin terminou após sua estadia na Mutual, pouco antes de Keaton ingressar no ramo do cinema.
Comercialmente, Chaplin produziu alguns dos filmes de maior bilheteria da era do cinema mudo; The Gold Rush é o quinto com US$4,25 milhões, e O Circo é o sétimo com US$3,8 milhões. No entanto, os filmes de Chaplin juntos arrecadaram aproximadamente US$10,5 milhões, enquanto Harold Lloyd arrecadou US$15,7 milhões, visto que Lloyd foi muito mais prolífico, lançando doze longa-metragens na década de 1920, enquanto Chaplin lançou apenas três. Os filmes de Buster Keaton não foram tão bem sucedidos comercialmente como os de Chaplin ou Lloyd, mesmo no auge de sua popularidade, e só começou a receber elogios da crítica no final das décadas de 1950 e 1960.
Além de uma saudável rivalidade profissional, Chaplin e Keaton pensavam muito um no outro. Keaton afirmou em sua autobiografia que Chaplin foi o maior comediante que já viveu, e o maior diretor de filmes de comédia. Chaplin também admirava Keaton, tanto que o recebeu de braços abertos na United Artists em 1925, aconselhou-o contra sua mudança desastrosa para a Metro-Goldwyn-Mayer em 1928 e, em seu último filme estadunidense, Limelight, escreveu uma parte especialmente para Keaton como seu primeiro parceiro de comédia desde 1915.
Legado
Estátua de bronze em Waterville, Condado de Kerry.
O Vagabundo é provavelmente o personagem mais imitado em todos os níveis de entretenimento. Há rumores de que o próprio Chaplin participou uma vez de um concurso de imitadores de Charlie Chaplin, e acabou ficando em 3º lugar.
De 1917 a 1918, o ator de cinema mudo Billy West fez mais de 20 filmes imitando meticulosamente O Vagabundo, com maquiagem e figurino.[28]
No filme indiano Punnagai Mannan, Kamal Haasan inspirou-se em Chaplin para construir o personagem "Chaplin Chellappa".[29]
Em 1978, uma canção intitulada "Charlie Chaplin representou a Grécia no Festival Eurovisão da Canção 1978 e na qual a cantora Tania Tsanaklidou fala-nos sobre Chaplin[30]
Em 1985, Chaplin foi homenageado com sua imagem em um selo postal do Reino Unido, e em 1994 ele apareceu em um selo dos Estados Unidos, desenhado por caricaturista Al Hirschfeld.
Na década de 1980, a IBM produziu uma série de comerciais com um imitador de Chaplin para divulgação de seus computadores.
John Woo dirigiu uma paródia do filme The Kid, intitulado Hua ji shi dai (1981), também conhecido como Laughing Times.
O asteróide 3623 Chaplin, descoberto pela astrônoma soviética Lyudmila Georgievna Karachkina em 1981, foi batizado em homenagem a Chaplin.[31]
Em 1992, foi feito um filme sobre a vida de Charlie Chaplin, intitulado Chaplin, dirigido por Richard Attenborough e estrelado por Robert Downey Jr. e Geraldine Chaplin, a filha de Chaplin na vida real, interpretando sua própria avó. O filme foi indicado ao Oscar de Melhor Ator (Downey Jr.), Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora.
Em 2001, o comediante britânico Eddie Izzard interpretou Chaplin no filme The Cat's Meow, de Peter Bogdanovich, que especula sobre o caso ainda não resolvido da morte do produtor cinematográfico Thomas Ince durante uma festa em um iate bancada por William Randolph Hearst, na qual Chaplin era um dos convidados.
Filmes oficiais
Em 1965, Chaplin detalhou sua filmografia oficial em seu livro, My Autobiography. Sua filmografia consiste em 80 filmes lançados desde 1914, mas no livro de David Robinson de 1985, Chaplin: His Life and Art, está incluído o seu último filme, A Countess from Hong Kong de 1967, como o 81º.
A maioria dos filmes de Chaplin, até precisamente The Circus, são filmes mudos, mesmo que anos depois foram remasterizados e compostos por trilha sonora feita pelo próprio. City Lights e Modern Times são praticamente classificados como filmes mudos, mas City Lights foi oficialmente o último. Em Modern Times, há cenas de diálogos, aliás que Chaplin "fez seu personagem falar" em inúmeros ensaios, mas deixou passar. Seus últimos cinco filmes são completamente falados. Tirando A Countess from Hong Kong, todos os seus filmes são em preto e branco.
Exceto o que tem de referência, os lançamentos, personagens, e anotações apresentadas aqui, são derivados da autobiografia de Chaplin, escrita por Robinson, e do livro The Films of Charlie Chaplin, de 1965 escrito por Gerald D. McDonald, Michael Conway e Mark Ricci.
]Keystone
Chaplin fez 35 filmes na Keystone Studios, todos produzidos por Mack Sennett. Exceto o que há escrito nas notas, todos os filmes são de um rolo.
Lançamento | Título | Creditado como | Notas | ||||
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Compositor | Produtor | Roteirista | Diretor | Personagem | |||
2 de Fevereiro de 1914 | Making a Living | Slicker | — | ||||
7 de Fevereiro de 1914 | Kid Auto Races at Venice | Vagabundo | Lançado junto com o filme Olives and Trees. | ||||
9 de Fevereiro de 1914 | Mabel's Strange Predicament | Vagabundo | — | ||||
28 de Fevereiro de 1914 | Between Showers | Masher | — | ||||
2 de Março de 1914 | A Film Johnnie | Vagabundo | — | ||||
9 de Março de 1914 | Tango Tangles | Dançarino | — | ||||
16 de Março de 1914 | His Favourite Pastime | Bêbado | — | ||||
26 de Março de 1914 | Cruel, Cruel Love | Lorde Helpus | — | ||||
4 de Abril de 1914 | The Star Boarder | O Star boarder | — | ||||
18 de Abril de 1914 | Mabel at the Wheel | Vilão | Dois rolos. | ||||
20 de Abril de 1914 | Twenty Minutes of Love | Pickpocket | — | ||||
27 de Abril de 1914 | Caught in a Cabaret | Garçom | Dois rolos. Co-roteirista: Mabel Normand. | ||||
4 de Maio de 1914 | Caught in the Rain | Convidado | — | ||||
7 de Maio de 1914 | A Busy Day | Esposa | Lançado junto com o curta, The Morning Papers. | ||||
1 de Junho de 1914 | The Fatal Mallet | Galã | — | ||||
4 de Junho de 1914 | Her Friend the Bandit | Bandido | Filme perdido.[9] Co-diretor: Mabel Normand. | ||||
11 de Junho de 1914 | The Knockout | Juíz | Dois rolos. | ||||
13 de Junho de 1914 | Mabel's Busy Day | Bêbado | — | ||||
20 de Junho de 1914 | Mabel's Married Life | Marido de Mabel | Co-roteirista: Mabel Normand. | ||||
9 de Julho de 1914 | Laughing Gas | Assistante do Dentista | — | ||||
1 de Agosto de 1914 | The Property Man | The Property Man | Dois rolos. | ||||
10 de Agosto de 1914 | The Face on the Bar Room Floor | Artista | Baseado no poema The Face on the Barroom Floorde Hugh Antoine d'Arcy. | ||||
13 de Agosto de 1914 | Recreation | Vagabundo | Lançado junto com o curta, The Yosemite. | ||||
27 de Agosto de 1914 | The Masquerader | Ator | — | ||||
31 de Agosto de 1914 | His New Profession | Charlie | — | ||||
7 de Setembro de 1914 | The Rounders | Vagabundo | — | ||||
14 de Setembro de 1914 | The New Janitor | Empregado | — | ||||
10 de Outubro de 1914 | Those Love Pangs | Vagabundo | — | ||||
26 de Outubro de 1914 | Dough and Dynamite | Garçom | Dois rolos. Co-roteirista: Mack Sennett. | ||||
29 de Outubro de 1914 | Gentlemen of Nerve | Sr. Woe-Woe | — | ||||
7 de Novembro de 1914 | His Musical Career | Carregador de piano | — | ||||
9 de Novembro de 1914 | His Trysting Place | Marido | Dois rolos. | ||||
14 de Novembro de 1914 | Tillie's Punctured Romance | Charlie | Seis rolos. Da peça, Tille's Nightmare, de A. Baldwin Sloane e Edgar Smith. | ||||
5 de Dezembro de 1914 | Getting Acquainted | Marido | — | ||||
7 de Dezembro de 1914 | His Prehistoric Past | Weakchin | Dois rolos. |
]Essanay
Chaplin escreveu, dirigiu e estrelou 15 filmes na Essanay, todos tendo sido produzidos por Jesse T. Robbins. Exceto que estão escritos nas notas, todos os filmes são de dois rolos.
Lançamento | Título | Creditado como | Notas | ||||
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Compositor | Produtor | Roteirista | Diretor | Personagem | |||
1 de Fevereiro de 1915 | His New Job | Dublê | — | ||||
15 de Fevereiro de 1915 | A Night Out | Farreador | — | ||||
11 de Abril de 1915 | The Champion | Aspirante a Boxeador | — | ||||
18 de Novembro de 1915 | In the Park | Charlie | Um rolo. | ||||
1 de Abril de 1915 | A Jitney Elopement | O Falso Conde | — | ||||
11 de Abril de 1915 | The Tramp | Vagabundo | — | ||||
29 de Abril de 1915 | By the Sea | Cidadão | Um rolo. | ||||
21 de Junho de 1915 | Work | Assistente | — | ||||
12 de Julho de 1915 | A Woman | Charlie/ "A Mulher" | — | ||||
9 de Agosto de 1915 | The Bank | Empregado | — | ||||
4 de Outubro de 1915 | Shanghaied | Charlie | — | ||||
20 de Novembro de 1915 | A Night in the Show | Sr. Pest e Sr. Rowdy | — | ||||
18 de Dezembro de 1915 | Burlesque on Carmen | Darn Hosiery | Relançado sem autorização em 22 de Abril de 1916, combinando outras cenas por Leo White. | ||||
27 de Maio de 1916 | Police | Ex-Detento | — | ||||
11 de Agosto de 1918 | Triple Trouble | Empregado | Coletânia feita por Leo White com cenas do curtaPolice e de um curta incompleto chamado Life, junto com outras cenas gravadas por White. Chaplin inclui essa produção em sua filmografia no livro My Autobiography. |
]Mutual
Chaplin escreveu, produziu, dirigiu e estrelou 12 filmes na Mutual, o que passaram a serem filmados no Lone Star. Todos os filmes são de dois rolos.
Lançamento | Título | Creditado como | Notas | ||||
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Compositor | Produtor | Roteirista | Diretor | Personagem | |||
15 de Maio de 1916 | The Floorwalker | Cliente | Co-roteirista: Vincent Bryan. | ||||
12 de Junho de 1916 | The Fireman | Bombeiro | Co-roteirista: Vincent Bryan. | ||||
10 de Julho de 1916 | The Vagabond | Músico | Co-roteirista: Vincent Bryan. | ||||
7 de Agosto de 1916 | One A.M. | Bêbado | — | ||||
4 de Setembro de 1916 | The Count | Aprendiz de Alfaiate | — | ||||
2 de Outubro de 1916 | The Pawnshop | Assistente | — | ||||
13 de Novembro de 1916 | Behind the Screen | Assistente | — | ||||
4 de Dezembro de 1916 | The Rink | Garçom e patinador | — | ||||
22 de Janeiro de 1917 | Easy Street | Vagabundo recrutado a Força Policial | — | ||||
16 de Abril de 1917 | The Cure | Moço bêbado no Spa | — | ||||
17 de Junho de 1917 | The Immigrant | Imigrante | Incluído na Biblioteca do Congresso em 1998.[10] | ||||
22 de Outubro de 1917 | The Adventurer | Foragido | — |
]First National
Chaplin escreveu, produziu, dirigiu e estrelou nove filmes da produtora entre 1918 e 1923. Esses filmes foram distribuídos pela First National.
Lançamento | Título | Creditado como | Notas | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Compositor | Produtor | Roteirista | Diretor | Personagem | |||
14 de Abril de 1918 | A Dog's Life | Vagabundo | Três rolos. Trilha sonora feita para a coletânia, The Chaplin Revue. | ||||
29 de Setembro de 1918 | The Bond | Ele mesmo | Meio-rolo. | ||||
20 de Outubro de 1918 | Shoulder Arms | Recruta | Três rolos. Trilha sonora feita para a coletânia, The Chaplin Revue. | ||||
15 de Maio de 1919 | Sunnyside | Ajudante | Três rolos. | ||||
15 de Dezembro de 1919 | A Day's Pleasure | Pai | Dois rolos. | ||||
6 de Fevereiro de 1921 | The Kid | Vagabundo | Seis rolos. Trilha sonora feita para o seu relançamento em 1972. | ||||
25 de Setembro de 1921 | The Idle Class | Vagabundo/ Marido | Dois rolos. | ||||
2 de Abril de 1922 | Pay Day | Operário | Dois rolos. | ||||
26 de Fevereiro de 1923 | The Pilgrim | Foragido | Quatro rolos. Trilha sonora feita para a coletânia, The Chaplin Revue. |
]United Artists
Chaplin começou a lançar seus filmes através da United Artists em 1923. A partir daí, todos os filmes são de longas-metragens. Ele produziu, escreveu, dirigiu e estrelou todos os filmes, exceto o primeiro. City Lights foi o primeiro filme em que Chaplin compôs trilha sonora.
Lançamento | Título | Creditado como | Notas | ||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Compositor | Produtor | Roteirista | Diretor | Personagem | |||
26 de Setembro de 1923 | A Woman of Paris | Carregador | Trilha sonora feita para o seu relançamento em 1976. Chaplin faz uma participação especial. | ||||
26 de Junho de 1925 | The Gold Rush | Garimpeiro solitário | Trilha sonora feita para o seu relançamento em 1942. Incluído na Biblioteca do Congresso em 1992.[11] | ||||
6 de Janeiro de 1928 | The Circus | Vagabundo | Trilha sonora feita para o seu relançamento em 1970. Oscar Honorário (por escrever, produzir, dirigir e atuar neste filme). | ||||
6 de Fevereiro de 1931 | City Lights | Vagabundo | Incluído na Biblioteca do Congresso em 1991.[12] | ||||
5 de Fevereiro de 1936 | Modern Times | Operário | Incluído na Biblioteca do Congresso em 1989.[13] | ||||
15 de Outubro de 1940 | The Great Dictator | Adenoid Hynkel/ Barbeiro | Incluído na Biblioteca do Congresso em 1997.[14] Indicado – Academy Award de Melhor Ator. Indicado – Academy Award de Melhor Roteiro Original. | ||||
11 de Abril de 1947 | Monsieur Verdoux | Monsieur Henri Verdoux | Baseado em uma idéia de Orson Welles.[15] Indicado – Academy Award de Melhor Roteiro Original. | ||||
16 de Outubro de 1952 | Limelight | Calvero | Boicotado nos EUA um pouco depois de Chaplin ter seu visto anulado em voltar para lá quando ia a Londres para lançar o filme.[16] Academy Award de Melhor Trilha Sonora (premiado em 1973 quando o filme chegou a ser lançado nos EUA em 1972) |
]British Productions
Em 1952, enquanto Chaplin tinha ido a Londres estreiar Limelight, ele viu seu visto para voltar aos EUA anulado. Durante seu exílio, ele somente realizou dois filmes que foram feitos na Inglaterra.
Lançamento | Título | Creditado como | Notas | ||||
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Compositor | Produtor | Roteirista | Diretor | Personagem | |||
12 de Setembro de 1957 | A King in New York | Rei Shahdov | Uma produção Attica-Archway. Não foi lançado nos EUA até 1973. | ||||
5 de Janeiro de 1967 | A Countess from Hong Kong | Comissário de bordo | Uma produção da Universal em Panavision eTechnicolor. Produzido por Jerome Epstein. Chaplin faz uma participação especial. |
[editar]Outros filmes
Além de seus 81 filmes, Chaplin também tem inúmeros filmes inacabados. Nesses, ele fez inúmeras aparições como ele mesmo e apareceu em muitas compilações.]Filmes inacabados ou não lançados
Ano(s) | Título | Creditado como | Notas | ||||
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Compositor | Produtor | Roteirista | Diretor | Personagem | |||
1915–1916 | Life | Incompleto, exceto que algumas cenas foram usadas em The Essanay-Chaplin Revue. | |||||
1918 | How to Make Movies | Ele mesmo | Nunca foi lançado, exceto que algumas cenas foram usadas em The Chaplin Revue. Re-utilizado em 1981 por Kevin Brownlow e David Gill.[17] | ||||
(sem título) | Ele mesmo | Um filme beficente co-estrelando Harry Lauder. | |||||
1919 | The Professor | Professor Bosco | Foi gravado somente a primeira cena e por razões desconhecidas, Chaplin abandonou o projeto e nunca chegou lançar o filme. | ||||
1922 | Nice and Friendly | Vilão | Curta caseiro com cenas improvisadas. | ||||
1926 | A Woman of the Sea | Foi completado mas nunca lançado. Chaplin queimou os negativos em 24 de Junho de 1933. | |||||
1933 | All at Sea | Ele mesmo | Curta caseiro de 11 minutos feito por Alistair Cooke, com presenças de Chaplin, Paulette Goddard e do próprio Cooke. Foi gravado quando todos estavam dentro do Panacea, barco de Chaplin.[18] | ||||
1966–1975 | The Freak | Uma produção que foi feita para a filha de Chaplin, Victoria |
]Coletânias
Essanay produziu três coletânias de Chaplin sem a sua própria autorização (depois ele tinha comprado os direitos). Chaplin somente produziu a sua própria coletânia em 1959 e posteriormente em 1975.
Lançamento | Título | Creditado como | Notas | ||||
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Compositor | Produtor | Roteirista | Diretor | Personagem | |||
31 de Março de 1915 | Introducing Charlie Chaplin | Propaganda feita para mostrar como um prólogo os filmes de Chaplin. | |||||
23 de Setembro de 1916 | The Essanay-Chaplin Revue | Ex-detento | Feita por Leo White com cenas de Police e Life com novas cenas dirigidas por White. Feita sem autorização de Chaplin. | ||||
1916 | Zepped | Um propaganda de sete minutos que foi descoberta em 2009.[19] | |||||
Maio de 1918 | Chase Me Charlie | Montagem da Essanay, feita por Langford Reed. Lançado na Inglaterra. Feita sem autorização de Chaplin. | |||||
25 de Setembro de 1959 | The Chaplin Revue | Vagabundo/ Recruta/ Foragido/ Ele mesmo | Cenas de A Dog's Life, Shoulder Arms, The Pilgrim, e How to Make Movies. | ||||
1975 | The Gentleman Tramp | Um documentário com novas cenas de Chaplin em sua casa na Suíça |
Participações especiais
Além de seus próprios filmes como A Woman of Paris e A Countess from Hong Kong, Chaplin também fez algumas pontas nos filmes a seguir:
Ano | Título | Notas |
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1915 | His Regeneration | — |
1921 | The Nut | A cena em que Chaplin realmente aparece se perdeu com o tempo, mas ainda existe uma cena em que aparece um ator desconhecido vestido como The Tramp.[20] |
1923 | Souls for Sale | — |
Hollywood | Filme perdido.[21] | |
1926 | Camille | Chaplin aparece em algumas cenas do filme como um moço chamado Mike, e inclusive, faz uma amostra da "dança dos pãezinhos", em que ele como o Vagabundo fez no filme The Gold Rush. |
1928 | Show People | Incluído na Biblioteca do Congresso em 2003.[22] |
Desenhos
Chaplin "apareceu" como ele mesmo em desenhos como:
Ano | Título | Desenho |
---|---|---|
1923 | "Felix in Hollywood" | Felix the Cat |
1930 | "Hot for Hollywood" | Oswald the Lucky Rabbit |
1933 | "Mickey's Gala Premiere" | Mickey Mouse |
1933 | "The Merry Old Soul" | Oswald the Lucky Rabbit |
1936 | "Mickey's Polo Team" | Mickey Mous |
Filmes biográficos
A vida de Chaplin foi contada nos filmes a seguir:
Ano | Título | Ator que interpreta Chaplin |
---|---|---|
1989 | Young Charlie Chaplin Mini-série da BBC | Joe Geary |
1992 | Chaplin | Robert Downey, Jr. |
2001 | The Cat's Meow | Eddie Izzard |
MIDIA
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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